quinta-feira, 28 de junho de 2012

Let You Go




A mudança se faz no princípio, desde o impulso, desde a célula, desde pensamento.
A cadeia de acontecimentos que sucedem, todos eles, são sutis ao firmamento.

A percepção de estar fazendo parte, tendo o controle sobre si é mera e ilusória,
Ao se despedir em cada olhar inevitável, é consciente fixar tudo na memória.

Sim. Eu estou indo pro outro lado do mundo, abrindo uma janela pro desconhecido,
Não,  não tenho tanta certeza, mas eu vou. Só levo o que há de bom comigo,

Levo sonhos, rostos, memórias e desejos, quero ter motivos pra voltar, 
Apesar de saber que não eu, e sim outro voltará no meu lugar.

Abro mão de mim, da identidade, da latitude, do meu lugar no Google.
Abro mão do CEP, do travesseiro, da chaves de casa, mesmo assim eu vou.

Aos amigos, cuidem das minhas memórias, das lágrimas e dos sorrisos,
Eu voltarei, vou ali, encontrar alguém que não conheço, encontrar comigo.

sábado, 16 de junho de 2012

Viajantes

Os viajantes partem,
Hoje e amanhã,
Buscando novos caminhos
para a felicidade.

Não estou à par
de seus sentimentos;
Talvez estejam
carregados de dor;
Talvez estejam
brilhando de alegria.

Para sobreviver puramente
ao frio da alvorada
Ou, do calor da noite,
Estes viajantes
estão sempre em movimento;
Embora abatidos,
mantém-se firmes no caminho.

Vocês questionam,
De onde estes inúmeros
viajantes vêm?
E para onde irão?
Eles vêm
de temporadas de tragédia,
Para buscar
os caminhos da esperança.

O poeta
Wakayama Bokusui
escreve:
"Quantas montanhas e rios
devemos atravessar,
Para alcançarmos
a terra sem solidão?
Hoje sairemos em busca
novamente . . ."

O povo de tal terra
Tem sonhos,
Jardins nos quais
a alegria pode florir.
Arenas para a democracia,
Ideais seguros.
Um palco para todos atuarem.

Viajantes, avancem
E, eu os seguirei,
Na jornada sem fim
do Homem.
Dos caminhos da fúria
Para os caminhos
da felicidade.

Daisaku Ikeda

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A Partida

Sempre esteve em meu coração o desejo de ver o mundo,
De enxergar com meus olhos tudo que a alma preservava.
De me colocar à prova.
A ver o que ha por trás dos véus.
A sorte aguardada,

As malas não estão prontas, mas toda a memória celular nunca deixou de estar.
A saudade anunciada não me comove ou amedronta.
Sou velho no ninho, é preciso voar!

Me jogo ao mundo pois sei que serei devorado por ele, e esse que hoje é visto, não passará de lembranças.

Não espero encontrar os mesmos,
Apenas ter tempo de contar o que eu vi nas andanças.