quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Laços

Bom mesmo é se sentir amado.



(... em fase de construção...)

Três


Pude nesse carnaval levar minha mãe pra tomar um banho de mar.
Havia algum tempo que ela não fazia isso. De repente uma onda veio
e a derrubou, a deixando tonta. Foi o único mergulho dela.

Sentado ao lado dela, pude percebê-la pensativa. Talvez não, mas fiquei
a imaginar o que se passava por àquela cabecinha.

Imaginei que talvez ela pensasse sobre a vida, sua idade, seu equilíbrio,
que com certeza não é mais o mesmo.

E aí, eu viajei sobre a vida. Teorizei sobre os três estágios que vivemos.
O primeiro, infância, adolescência, é o da descoberta, dos sonhos, do prazer sem tanto sofrimento.
O segundo, a fase adulta, quando sabemos até onde os sonhos são reais, descobrimos
do que somos e do que não somos capazes. É a fase do produzir, do fazer acontecer.
E o terceiro, acho que é esse que a mama talvez esteja vivendo. Assim como a infância
descobrimos do que somos capazes, na fase madura, descobrimos as incapacidades,
aliás, aos poucos tentamos nos adaptar as limitações que surgem a cada hora.

Nessa fase que descobrimos que estamos próximos do fim.
E o que fazemos dessas horas, dias, anos?
Viver, viver, bem o fim do ciclo, tentar concluí-lo com chave de ouro.
Ser feliz, por que não, até na hora que acaba o espetáculo.

Te amo mamãe.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Daime

Há alguns dias tive uma experiência incrível.
Não sou de me drogar, não gosto de ver na balada
como as pessoas ficam e não me imagino daquele jeito.
Porém, contudo, entretanto, numa festa, com amigos
quis experimentar, não foi a primeira vez mas foi a mais
fantástica.

O prazer, a euforia, eu já tinha sentido,
só que dessa vez foi diferente, me senti fora do corpo.
Tive a impressão de que se me permitisse eu não voltaria mais.
Me senti uma célula, um grão no universo, fazendo parte de tudo
e ao mesmo tempo solto, preso a nada.

Daí veio a parte mais real e verdadeira de todas.
Percebi que a única coisa que nos prende ao corpo é a tentativa
de ser feliz. Não somos nada. Essa vida é o tesouro.
Pra que sofrer com convenções, com dinheiro, com amor?

A verdade é que se sabemos onde queremos chegar, quem
queremos ser, essa é a única razão de estar no mundo.
Lutar, pegar as rédeas da vida, não se deixar levar.
Criar caminhos onde não existam, falar, gritar, mesmo que ninguém ouça.

Não fazer dessa vida apenas uma passagem e sim a verdadeira viagem.
A estadia em algum lugar que te orgulhe, ser alguém que fez valer cada
segundo. Não de prazer ou felicidade mas sim de sentido e simplicidade.
Fazer por merecer todos os segundos da existência aqui.